terça-feira, 10 de maio de 2011



Ouvindo os pingos de chuva que batem na janela. Pensar dentro de mim só, estar só, ser a prova de que nada nessa vida é tão assim garantido. Ja senti o desespero de ter medo de fazer o que realmente é preciso, ter medo e ter coragem fazem mesmo parte, mas confesso que ultimamente tenho sido movida pelo medo na maioria das vezes. Julgo que isso seja assustador para qualquer um mas é a forma mais honesta de me declarar no momento. O mar quando vem beijar a praia é pra dizer que a todo instante ele está alí declarando-se o tempo todo e mostrando que jamais se desgrudará dela nem por um minuto, mas podemos lembrar que diversas vezes o mar cobre a areia da praia, sufoca e transborda.. arranca tudo do seu lugar, vem com a força que a lua manda, não escolhe quem nem como atingir ...e logo depois se acalma e volta a beijar mansamente a praia,com carinho de quem se desculpa por tudo que acabara de fazer num momento de raiva,desespero ou algo assim. Assim, colocado tudo de volta em seu devido lugar, é esquecida toda desordem e começa-se do zero de acordo com o que sobrou. Novamente vem o mar enfurecido e transborda a praia sem piedade, a faz suportar mais uma vez toda turbulencia causada por ele, e logo em seguida volta beija-la com amor, com ternura e pedindo perdão ..mais uma vez ! Acredito que eu, sendo areia da praia, ja perdoei .. continuo perdoando. Sou ainda a mesma areia que se esforça para secar e continuar recebendo alí o mar, velho mar que se mostra carinhosamente amante. Sem se lembrar das muitas vezes que foi ferida, que foi tirada de sua ordem, roubada de sua paz, perdoa sem pensar em mais.. ou sem pensar declarado, demonstrado. Amo com a facilidade que conheço mas me entrego com a frieza de quem tem medo ! Serei areia até quando puder levar, ou até quando esse grande mar ..me amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário