segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Quem foi que inventou essa tal saudade ?
Será que ela foi feita para não nos esquecermos de quem amamos e sentir uma coisa, assim, estranha que nos faça querer ficar bem perto ?
Será que quem inventou teve medo de se esquecer daquele que amava e então teve essa ideia ?
Ideia injusta, eu diria.
Quando alguém sente saudade o que mais deseja é encontrar-se com a cura (ou curador, se preferir) e para isso vai até o outro lado da rua ou outro lado do mundo quando possível- literalmente possível, mesmo que não seja fácil.
Mas e quando precisa-se ir até o [i]outro lado da vida[/i] ? É relevante querer então ir para o ''outro lado'' ? Deveria ser.
É uma saudade diferente, pois, quando amamos alguém sentimos uma saudade que eu diria até ser gostosa. Parece que abre um buraco no peito e quando a pessoa se aproxima, enquanto respiramos fundo sentindo o cheiro desse alguém, aquela imensa vala
cicatriza e pronto, e ponto ! Infelizmente, existe uma saudade que pede a atravessia dessa linha tênue entre a vida e a morte.
Lembrando Clarice Lispector: ''[i]saudade é o sentimento mais urgente que existe[/i]" e como ela tinha razão ao dizer isso. Ah se eu pudesse, se eu pudesse atravessar essa coisa que nos separa.
Sabe, essa coisa de vida e morte, aliás, se eu pudesse conversar com a Dnª Morte seria interessante.
Gostaria de negociar com ela, um dia pra eu visitar alguém, alguém que amei. Porém, se me lembro bem, era vivendo que te amava, era convivendo que te admirava.
Vamos deixar pra lá essa visita ao outro lado.
Seu aniversário se aproxima, e me doi tanto. Aperta aqui dentro de um jeito que não sei explicar, mas posso tentar...
Segura meu coração com força e ele parece não bater por um tempo, mas ao mesmo tempo ele bate com tanta força, como se estivesse desesperado se chocando propositalmente contra as paredes do meu peito. Ele não quer mais morar aqui, imagino.
Fico gelada, doi cada centímetro do meu corpo. Um frio me ocorre na espinha e chega à nuca, começo sentir aquela coisa estranha no rosto que é como segundos antes de um espirro... mas não, eu choro.
Me sinto como se quisesse parar de respirar, mas é por desespero. De repente: MEDO. Esse é um lado da minha saudade, uma metade.
Por outro lado é o silêncio que mais me ajuda, tenho vontade de ficar quietinha e pra ninguém me perceber. É, quero me esconder.
Quero ser encontrada só por você, quero que o silêncio seja quebrado somente com o som de você me dizendo "[i]Oi netinha[/i]" seguido daquele riso/sorriso.
Mas isso não acontece, não vai acontecer NUNCA mais. Palavra forte né ? Assustadora eu diria.
Não consigo me acostumar com isso, sinto tanto sua falta que sinto falta de mim. E isso me apavora, nunca me senti assim antes. Nunca me distanciei tanto assim de mim, era difícil imaginar algo que eu não pudesse fazer se tentasse
mas agora me parece que não quero tentar, as vezes, preciso de alguém pra acreditar em mim (talvez por mim) simplismente porque não sei se consigo... ''não sei'', um termo que não usava com frequência e agora é o que mais me ocorre de responder
quando me perguntam de mim. Me perdoa essa insegurança ? Esse medo do mundo ? Essa falta de fibra (o que você sempre teve) ? Releva ? Só dessa vez ? Nota, mas disfarça ? ...me abraça ?
Existem coisas que preciso ouvir agora mas só você diria, e só você entenderia também o que tenho pra dizer mesmo sabendo que eu não diria. É que você ME SENTIA.
Meu amor maior, tenho uma música pra ti ouvir comigo agora, tudo bem ?

Desde o dia em que eu perdi minha mãe
Eu me perdi de mim também
Perdi no mundo, que era o mundo meu
Minha mãe
E eu não sei o que sou sem ela
Só sei, que ela me deixou
Porque ela me deixou

Nesse dia, o dia em que eu perdi minha mãe
Eu me dei conta que eu estava só por minha conta
Mesmo tendo os meus pais, que eu AMO
A minha conta não se fecha
Essa conta nunca mais fechou
Nunca mais fechou

Estou aqui, fiquei aqui
Você não está, não está mais
Eu quero te ver, quero te ver
Para te ver... é preciso sonhar.

E à partir desse dia, em diante
Minha alegria se transformou
Minha família, mudou bastante
Mas apenas, criança sou
Uma criança sou...

Vê como faz sentido ? É basicamente como me sinto, não minto.

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